Linearidade. Quando coloquei intenção e busquei ativamente a realização dos meus desejos e construção da vida que eu queria, logo imaginei que planejando, tudo ocorreria perfeitamente como imaginei e defini. Existia uma sucessão de passos, e se eu seguisse tudo ficaria bem. Algo um tanto robotizado, eu imaginava. Mais seguro, né?
Um grande aprendizado (e constante) é o de que a vida não está lá muito preocupada com o meu planejamento, com acontecer exatamente do jeito que eu quero e idealizo. A tal linearidade está mais pra uma figura do meu próprio folclore. Isso não quer dizer que eu ache que não adianta planejar ou ter metas. Acho essencial, na realidade. Mas a rigidez cognitiva pode nos pregar algumas peças e talvez você se identifique com isso.
Existem inúmeros fatores que estão fora do nosso controle. O tempo, a outra pessoa, os terceiros, quartos e quintos da história que você sequer lembrou que poderiam interferir no trajeto desenhado. O nosso próprio tempo, de aprender, de digerir, de acomodar. As emoções, os pensamentos. Isso tudo não significa que eu não estou exatamente onde queria ou que não consegui conquistar meus objetivos. Mas muito do que realizei este ano, era algo que eu acreditava que iria realizar a 2, 3 anos atrás.
No entanto fica muito claro pra mim aquele ainda não era o momento daquilo acontecer, eu definitivamente não entendia a magnitude daquilo que queria, do trabalho que daria e da responsabilidade que aquele degrau alcançado me traria.
Por muitas vezes pensei que eu fosse fraca, indisciplinada, fogo de palha, incapaz de seguir um cronograma e ir dando check em uma lista de tarefas que me faria chegar ao meu objetivo final. Por vezes eu ainda acho.
Mas com algumas doses de maturidade e malandragem, fui entendendo que a criatividade não é só pra produzir arte, desenhos ou brincadeiras. Ela é também pra resolver problemas, pra encontrar nosso próprio jeito de fazer as coisas, ela é ponte pra autenticidade. E quando a gente "fica safo" nessa história, a gente chega onde quer, do nosso jeito.
Eu aprendi muito sobre mim, sobre o que me trava, sobre o que me move. Sobre aquilo que é importante pra mim de verdade, e sobre aquilo que eu já estou de saco cheio, que foi aquela cartilha que peguei dos outros. Trabalhei demais, levei meu corpo a limites nunca alcançados antes e colhi os frutos disso, também percebi os perigos e o que peso que isso pode gerar. Conheci pessoas que me ensinaram muito sobre aceitar o outro como ele é e também, eliminei pessoas da minha vida sem pestanejar, pois elas não mereciam a minha energia e minha admiração.
Viver a vida observando ela pode ser cansativo mas também nos dá bons aprendizados e percepções. Amo e agradeço o que tenho e quem tenho do lado e mesmo sabendo que o meu jeito de percorrer esta jornada é bem diferente de uma lista de tarefas perfeita ou uma estradinha cheia de placas e sinalizações, sei onde quero chegar e sei que tenho tudo pra chegar lá. O como é que eu estou aprendendo a levar com mais fluidez e criatividade.
Aproveitar a jornada é importante, mas não perder o destino de vista é essencial. Ainda que seja pra mudá-lo antes de chegar lá, se assim fizer sentido.
Um feliz 2025 pra vocês: amigos, família, clientes, parceiros, colegas, professores, mentores, espectadores e admiradores que fazem parte da minha vida. Que possamos nos conectar e construir ainda mais este ano. E que não nos falte saúde, disposição e criatividade pra ver beleza nos nossos dias.
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